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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

LAPIDANDO A VIRTUALIDADE DO MUNDO

Vou escrever antes que passe mais de um ano novamente.
Em meu último post expus uma verdade que me foi revelada de forma bruta, primal sem lapidar.
Veio de um processo de iluminação interior que me descortinou a fronteira entre o real e o virtual.
Como chegou a mim, assim o escrevi, sem muito tempo para elaborar os conceitos.
Após um tempo de reflexão, agora posso começar a lapidar a pedra bruta que me foi presenteada pela vida verdadeira.
Para começar é preciso entender alguns conceitos.
Nosso próprio conceito de Mundo, que sofremos pela vida afora, é histórica e socialmente determinado.
Para os primitivos era apenas o que viam ao seu redor, composto pelo círculo das aldeias, dos campos de caça ao redor e pelo círculo mais amplo do horizonte.
A observação do céu dia e noite mostrava também círculos, do Sol, da Lua e suas trajetórias e as estrelas.
Daí construírem em círculos e quase tudo representarem assim.
Na Antiguidade, as primeiras civilizações em torno do Mediterrâneo, achavam que Mundo era só aquela porção dos três continentes do hoje chamado Velho Mundo (Ásia, África e Europa).
Na Idade Média a Igreja e sua ideologia fascistoide deturpou o conceito de Mundo para que os aldeões achassem que ele era plano e assim não fugissem ao controle.
O conceito de Mundo se amplia para a cultura européia ocidental com a conquista da América e a destruição de suas civilizações milenares.
Desde então o nosso conceito de Mundo vem se ampliando a ponto de hoje podermos antever como nosso Mundo, além da própria Terra, a ocupação da Lua e de Marte em futuro próximo.
É assim que o conceito de Mundo vem evoluindo ao longo da história humana, mas sempre impregnado de virtualidade.
Nosso conceito de Mundo em todos os momentos passados tem haver com os símbolos e conceitos que elaboramos ao artificializar a natureza.
O filme "Matrix" traz á tona essa metáfora. 
O Mundo é uma Matrix, não no sentido de ser criado por máquinas além do nosso controle, mas metaforicamente no sentido dos simbolismos virtuais que só tem sentido para a sociedade humana.
Eles se sobrepõe à realidade da natureza como ela é e acaba por nos entorpecer com esta virtualidade. 
A tal ponto que tomamos nossos símbolos e interpretações da realidade como a própria realidade. 
É a mentira humana transformada em Verdade.
Tomemos as fontes de energia por exemplo: a principal delas é o Sol, sem ela nenhuma outra existe; aliás nem nós existiríamos, pois somos formados por poeira da nossa estrela.
A segunda principal fonte de energia qual seria? 
Em geral apontassem os combustíveis fósseis e isto já é produto de uma distorção de nossa simbologia.
Na verdade a segunda principal fonte de energia é a força de trabalho humana, sem a qual não se produz absolutamente nada em nosso mundo virtual.
Novamente o filme "Matrix" mostra isto metaforicamente quando o personagem Morpheus mostra para Neo que o ser humano não passa de uma pilha elétrica, que alimenta de energia a própria Matrix. 
Dá para entender a metáfora?
O nosso conceito coletivo de Mundo é tido por nós como a Verdade porque a força de trabalho humano é a energia que, ao transformar e artificializar a natureza, cria e mantem a Matrix da virtualidade humana.
Esta nossa Matrix virtual, com toda sua riqueza de conceitos, elaborações científicas e produção desenfreada, só tem sentido para nós mesmos. Somente para a sociedade humana. 
Diante do Universo, da Natureza e de todos os demais seres vivos, isto é apenas loucura.
Não é a toa que destruímos e desequilibramos o espaço em que vivemos, e isto só faz mal à nós mesmos.
O Universo, a Natureza e os demais seres vivos, embora sofrendo e lamentando a nossa falta de sensibilidade, continuam evoluindo em seus processos próprios.
Isto quer dizer que temos que jogar tudo fora e voltar à vida primitiva? 
Que toda a tecnologia desenvolvida é descartável?
Ao contrário disto, superar esta nossa condição atrasada e defasada na relação com o cosmos demanda mais tecnologia.
Mas é preciso um novo paradigma tecnológico. 
Não mais o paradigma da artificialização da natureza, como se não fizéssemos parte dela ou como de fossemos superiores, o dito "ápice da criação".
É necessário um novo paradigma no sentido de buscar e criar tecnologias que sejam colaborativas com os processos da própria Natureza e do Universo.
Não mais a artificialização, o desequilíbrio e a destruição, mas a colaboração, e isto demanda muito mais tecnologia.
As fontes alternativas de energia e a visão do desenvolvimento sustentável é um primeiro passo, ainda tímido sim, mas fundamental para superarmos nossa visão restrita de Mundo e toda a esta virtualidade humana.

terça-feira, 26 de março de 2013


Testigo.

A Internet, o mundo virtual só é possível porque tudo o que a humanidade produz, seja tecnologia,  seja cultura é verdadeiramente virtual.
Virtual porque artificial.
Virtual porque só tem sentido e significado para a própria humanidade.
Por isso tudo o que o ser humano cria de tecnologia e cultura pode ser transformado e transmitido em códigos binários, virtualmente.
Em verdade para a Natureza e o Universo eles nada significam.
A Natureza e o Universo existem objetivamente, para além da virtualidade humana.
“Quem tiver ouvidos para ouvir, que ouça!”
Toda nossa cultura e tecnologia são um nada diante dos processos da Natureza e da pulsação do Universo.
A Humanidade produz cultura e tecnologia acreditando ser o mundo material a Verdade e tenta assim dominá-lo, mas termina entorpecida pela própria materialidade.
 “A Verdade está lá fora.”
Além da virtualidade humana, além da nossa artificialidade.
Para compreender a Verdade temos que nos voltar para dentro de nós mesmos, pois:
“o que está encima é como o que está embaixo”.
Os processos da Natureza e a pulsação do Universo realizam-se em nós a todo instante e independem de toda cultura e tecnologia.
Para a Natureza e o Universo toda virtualidade humana é apenas um momento, brincadeira de criança, ou loucura mesmo.
O momento Humano passa e a Natureza e o Universo continuam.”
“Quem tiver olhos para ver, que veja.”
Logo sairei de todas as redes sociais.
A Internet será apenas para pesquisar sobre a própria virtualidade, mas não confundo mais esta artificialidade com a Verdade.
“A Verdade está lá fora.”
Pois tudo que a humanidade produz e já produziu, de tecnologia e cultura, só diz respeito à ela própria.
Embebidos nesta virtualidade nos afastamos cada vez mais dos processos naturais e do ritmo do Universo, ou de nós mesmos.
E assim esta virtualidade humana, a artificialidade, embora produza coisas belas e grandiosas – claro, segundo os próprios conceitos humanos, histórica e socialmente determinados – no final nos sufoca e vai nos matando aos poucos.
“Quem possuir entendimento, que compreenda.”